Scrum Master… Qual é o seu papel?

Aos longos dos anos temos acompanhado a mudança dos produtos na nossa sociedade. Temos aparelhos e utensílios para tudo que precisamos, com lançamentos curtos e valores acessíveis, para todos comprarem. E isso tudo se deve a mudança na forma de desenvolver novos produtos e serviços dentro de uma empresa. Se eu tenho processos mais ágeis, eu tenho vendas mais rápidas e fluxo de caixa constante.

Mas para chegarmos a essa era foram necessários muitos anos de erros, acertos e aprendizados. Tudo começou com Henry Ford que criou a linha de montagem onde cada funcionário tinha uma única atividade para executar. Depois tivemos Frederick Taylor que deu ciência e voz aos seus funcionários. Ouvia reclamações e sugestões sobre seu processo de fabricação. Dessa forma conseguia melhorar sua produção. Logo depois, ocorreu a Segunda Guerra Mundial, onde nasceu o modelo Toyota de Produção, o Lean Manufacturing. O método aperfeiçoou o que já existia. Eliminou desperdícios na produção, focou em solução simples, mudava processos e pessoas sempre que necessário e mantinha um fluxo de entrega contínua. (Quer ler mais sobre Agile, clique aqui!).

Lean Manufacturing não só mudou o método de fabricação de produtos, como desenvolveu formas de seus funcionários adquirirem conhecimento, habilidades e atitudes para acompanharem tal evolução. Algumas dessas formas de trabalhar, nós conhecemos como Scrum, Kanban, entre outros. Tanto o Scrum quanto o Kanban utilizam metodologias ágeis para desenvolver seus produtos e serviços com qualidade e agilidade. Dentro desses métodos de trabalho temos times formados por papéis e funções.

O Facilitador é um desses papéis e talvez, um dos perfis mais difíceis de se encontrar no mundo corporativo, porque muito mais que conhecimento, o facilitador precisa ter habilidade e atitudes.

Como o próprio nome já diz o facilitador é a pessoa que facilita, torna simples, dinamiza questões para haver entendimento. Para ser facilitador, além de você ter conhecimento no método de trabalho, precisa gostar de servir as pessoas, de ajudar todo o time no que for possível.

Um bom facilitador, necessita ter em seu perfil, as seguintes competências para trabalhar com o time:

FACILITAR

– Facilitar reuniões de planejamentos, stand ups, reuniões de alinhamento e entrega com clientes;

– Facilitar interações necessárias entre time e stakeholders;

– Manter o ritmo de produtividade do time;

– Facilitar atividades de interação entre os membros do time como: almoço, lanches, happy hour, hackatons, pair programing, entre outras dinâmicas.

APRENDER E COMPARTILHAR

– Gerar auto aprendizado sobre agilidade em seu time;

– Ser aconselhador e consultor do time para todos os assuntos que envolva agilidade;

– Trocar conhecimentos e experiências com outros facilitadores;

– Dar feeedbacks para o time, sempre que necessário;

– Auxiliar o time a monitorar métricas e fazer mudanças para evoluir o processo.

PROTEGER

– Mediar conflitos, promover a solução;

– Ajudar o time a resolver os impedimentos;

– Proteger o time de obstáculos externos;

RECOMPENSAR

– Elogiar quando o time fizer um bom trabalho, uma boa entrega;

– Fazer o time se orgulhar de um bom trabalho feito;

– Celebrar os momentos de sucesso para torná-los memoráveis;

QUESTIONAR

– Questionar e acompanhar com o time com indicadores de produtividade (Burndown, Status Board, etc);

– Auxiliar na interação do time com os gestores;

– Garantir e manter o método de trabalho;

-Promover reflexão para o time através de observações feitas por quem esta de fora;

ENCORAJAR

– Comunicar face a face;

– Preparar o time para ser auto organizável;

– Ser transparente e objetivo nas reuniões com o time;

– Inspecionar e adaptar de acordo com a necessidade;

– Resolver os problemas, em vez de ficar buscando quem causou;

Bons facilitadores estão cada vez mais escassos no mercado. Empresas de tecnologia, principalmente, sempre possuem vagas para facilitadores, mas  temos encontrado poucos. Isso é sinal de que a grande maioria das organizações não vêem valor em possuir esse tipo de profissional. O resultado é ficar com o time desfalcado, sem ter esse papel.

Resumindo, a melhor de todas as estratégias é você ter um facilitador em seu time, que gere multiplicadores dele em sua empresa. Só assim você terá uma equipe completa. Do contrário, continuará pegando desenvolvedores, analistas de negócios para suprir, alem da função encarregada, o papel de facilitador. Esse tipo de decisão é arriscado e imaturo, porque a economia que você faz deixando de ter um facilitador na sua equipe, será o prejuízo que você terá na entrega do produto, junto ao seu cliente. Vale a pena pensar!

Espero ter colaborado!

Ate mais 🙂

2 comments to “Scrum Master… Qual é o seu papel?”
  1. Anne, mais um excelente texto, parabéns.

    Sempre que converso com amigos sobre trabalho vejo o quanto as empresas e os gestores tem dificuldade em aceitar que o papel do facilitador é de extrema importância, isso quando percebem a necessidade.

    Também tenho percebido que algumas empresas trabalham com Scrum e Kanban por modismo, sem a preocupação em definir corretamente os papéis, sem ter pessoas qualificadas dentro da equipe para exercer os papéis existentes, sem métricas, sem qualidade, com objetivo somente em entergar.

    Infelizmente essa é a sensação que tenho.

    • Brener, obrigada!

      Quem é facilitador, como eu e vc, sabe que nós precisamos muito mais de experiência, habilidades e atitudes do que conhecimento técnico. O valor do profissional está ai, promover melhorias para o time. O problema é o que o nosso país tem um histórico de capataz e escravo. Logo, é muito mais fácil ter pessoas para mandar do que colaborar, interagir e evoluir.
      Mas não vamos desistir! Tem muita gente boa no mercado 🙂

      Obrigada por responder!
      Abs
      Anne

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